“Diálogos com o Museu” foi um programa exibido pela TV UFAM de janeiro de 2012 a fevereiro de 2013 com o objetivo de dar uma maior visibilidade à luta que os museus e instituições vêm travando ao longo dos anos em busca de recursos e geração de conhecimento para a sociedade. Além de buscar despertar o interesse do público pelos museus e suas vertentes.
Através de entrevistas realizadas dentro do estúdio da emissora, diversos apresentadores ligados de alguma forma aos museus da região amazônica guiavam a programação, conversando, na maioria das vezes, com diretores, professores e coordenadores envolvidos com o Museu Amazônico. Além disso, por vezes eram realizadas exibições de palestras e mesas redondas envolvendo instituições e universidades federais do país, com o principal intuito de dar visibilidade a pesquisas e descobertas em torno de museus. Dessa forma, eram expostas questões etnológicas, culturais e arqueológicas, gerando assim debates acadêmicos.
As entrevistas realizadas no decorrer do programa sempre contavam com a participação de profissionais como museólogos, arquivistas, bibliotecários, professores, paleontólogos e pesquisadores universitários, muitos deles vindos até de outros estados. O programa também recebia a visita de artistas, representantes de associações, escritores e produtores, muito disso por conta do cunho cultural envolvido nos diálogos, que abrangiam temas como questões culturais amazônicas, conservação ambiental, sustentabilidade e afins.
Ao longo da exibição de “Diálogos com o Museu”, era sempre enfatizada a importância não só da preservação dos acervos museológicos mas também da transformação do patrimônio em herança cultural para a sociedade, gerando assim um maior fluxo de conhecimento ao longo do processo.
Um exemplo claro disso foi quando, no episódio inicial da série, foi mostrado em uma palestra com mestrandos como a Universidade Federal de Santa Catarina conseguiu abrir o chamado "Curso de Licenciatura Intercultural do Sul da Mata Atlântica", feito especialmente para os indígenas da região e com o objetivo de formação de professores que pudessem atuar em sua aldeia através da realização das licenciaturas em Infância, Linguagens, Humanidades e Conhecimento Ambiental. Com isso, foi possível gerar uma maior integração social entre os povos indígenas dos arredores do museu da instituição e auxiliá-los na conservação de seus acervos e materiais que posteriormente seriam expostos na Universidade com a ajuda dos próprios índios.
Através do destaque em conservação e resguardo de coleções, fotografias e materiais diversos, era possível levar o telespectador a uma maior percepção da importância do trabalho dos profissionais ligados à manutenção de acervos históricos, bem como do zelo pelas raízes culturais e sociais existentes no país e principalmente na Amazônia. Isso muito se deu por conta da exposição no programa da grande quantidade de riquezas documentais da região, envolvendo não só momentos históricos da cidade de Manaus como também evidências, arquivos e registros da Universidade Federal do Amazonas resguardados em museus.
Assim, o programa acabou tendo como objetivo principal mostrar a importância das descobertas e pesquisas do passado para a construção de um futuro promissor para as gerações seguintes, possibilitando dessa forma uma maior consciência social acerca de toda herança cultural que possuímos.
Marcella Fernandes
Estudante de Jornalismo